(crônica de Manoel Carlos Karam publicada em 2007)
“Máscara é o que eu mais gosto no carnaval.
Acho importante esclarecer, nunca fui a um baile de máscaras.
Conheço pessoas que cobrem essa lacuna da minha vida usando máscaras no dia a dia.
Máscara o bandido usa pra roubar, o Zorro usa pra prender o bandido.
O bem e o mal usam máscara.
Aquele filme, o bom, o mal e o feio, lembra-se?
Por trás da máscaras pode estar um sujeiro bom, um indivíduo mal ou um cara feio.
Única coisa comum entre eles é a pontaria.
Alguns heróis usam máscaras e eu sei o motivo.
Não querem ser reconhecidos naquelas roupas ridículas.
Outro dia lendo Thomas Pynchon encontrei uma descrição da máscara horizontal
em torno dos olhos.
Ele disse que ela tinha a forma exata do símbolo do infinito. O oito deitado é uma máscara.
Tudo isso é só introdução pra dizer uma coisa.
Tem um pessoal aí que quando tira a máscara a gente nem repara que tirou.”