“Acho que poderia ser assim: eu receberia um convite para escrever sobre Manoel Carlos Karam e entregaria imediatamente. Mas não, isso seria muito fácil. Escrever sobre escritores requer um certo charme, ainda mais um escritor tão distinto quanto Manoel Carlos Karam.
Poderia também não escrever nada. Abraçar o bloqueio, deitar no chão qual um feto e – quando saísse de casa na primavera – fazer cara de “muito ocupado, uma correria…”. Muito nada. Outra possibilidade – sempre na mão – é recorrer ao plágio. Eu redigiria algo como: “Arranquei o nome Manoel de um livro sobre personagens. Carrego comigo.” E entregaria essa trapaça no último dia. É, talvez isso.”
DIEGO FORTES – ator, diretor de teatro e dramaturgo